
Plantar, cuidar e ensinar.






O Cerrado está morrendo?
O Cerrado é classificado como um bioma de extrema importância, o segundo maior da América Latina, cobrindo cerca de 22% do território brasileiro, logo atrás da Floresta Amazônica. É localizado no coração da América do Sul, é onde nascem as águas que alimentam as grandes bacias do continente, e conhecido como a savana mais biodiversa do mundo — lar de muitas formas de vida animal e vegetal que só existem ali, entre mais de 11.600 espécies de plantas nativas e 320.000 espécies animais.
O Cerrado abriga ainda uma preciosíssima diversidade humana e cultural, com 216 terras indígenas e 83 etnias, além de 44 territórios quilombolas, dos Geraizeiros, as comunidades Vazanteiras, as comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, as quebradeiras de coco babaçu e os apanhadores de flores sempre-vivas, entre tantas outras.
E, por inacreditável que pareça, esse bioma tão importante e delicado está hoje em processo de degradação ainda mais acelerado do que o da Floresta Amazônica. E com um sério agravante: o Cerrado é um ambiente antiquíssimo e em clímax evolutivo, ou seja, uma vez degradado, ele não se recupera mais na plenitude de sua biodiversidade. Por isso, tristemente, o bioma é considerado uma matriz ambiental que já está em extinção.
Como explica o professor Altair Sales Barbosa: não existem mais comunidades vegetais de formas intactas; não existem mais comunidades de animais — grande parte da fauna já foi extinta ou está em processo de extinção; os insetos e animais polinizadores já foram, na maioria, extintos também; por consequência, as plantas não dão mais frutos por não serem polinizadas, o que as leva à extinção também. Por fim, a água, fator primordial para o equilíbrio de todo esse ecossistema, já está em menor quantidade a cada ano.
Pelo bem da vida, pelo nosso próprio bem, o Cerrado precisa da nossa compaixão, da mais imaginativa e urgente ação protetora de que formos capazes!